Povo brasileiro

Isto é Brasil - Povo brasileiro

Que tal conhecer um pouco do povo brasileiro através da poesia?

“Essa linda mestiçagem
A cultura tão plural
Colorido festival
Como é linda cada imagem
O Brasil pede passagem
Com seu povo tão guerreiro
Pra mostrar ao mundo inteiro
Sua humana substância
E também sua importância
Viva o Povo Brasileiro

Viva o samba e o baião
Viva a moda de viola
Viva o nosso show de bola
Viva o Tom e o Gonzagão
Viva a praia e o sertão
Viva o pulso do pandeiro
Viva a verve e o violeiro
Viva nossa fauna e flora
Viva meu Brasil de agora
Viva o Povo Brasileiro

Um país tão diferente
Tantos povos tantas raças
Toda força dessas massas
Grande povo inteligente
Tem cordel e tem repente
Tem batuques no terreiro
Pro futuro é passageiro
Carimbou sua passagem
Embarcou nessa viagem
Viva o Povo Brasileiro

Suas cinco regiões
Com é multicultural
Tem poesia é musical
Belo em todos rincões
Litorais lindos sertões
No Nordeste tem vaqueiro
E um gaúcho cavaleiro
Pantanal tem seu peão
Comitiva em profusão
Viva o Povo Brasileiro

Tanta fé com sincretismo
Rezas, curas e os mitos
Vão benzer solenes ritos
As mandingas misticismo
Candomblé cristianismo
Tem ogã e tem romeiro
O rezar tão costumeiro
Brasileiro é muita fé
É benzido e com axé
Viva o Povo Brasileiro

Patuás aos pés da cruz
Um benzer e baixar santo
Rezas fortes com acalanto
No terreiro que seduz
Oxalá e tem Jesus
Um Tupã de índio guerreiro
Um Brasil sopro primeiro
Da raiz da identidade
Brasileiro com verdade
Viva o Povo Brasileiro

Irmãos filhos de Tupã
As malocas numa taba
Tem pajé que não se acaba
A fitar novo amanhã
Irmão índio é um titã
Do Brasil foi pioneiro
Resistiu ao estrangeiro
Preservou toda raiz
De primaz toda matriz
Viva o Povo Brasileiro

Irmão negro e africano
Sob a força de um grilhão
Quem forjou na servidão
E plasmou em todo plano
Nosso painel humano
De perfil alvissareiro
Com seu braço de obreiro
Construiu nossa grandeza
Ainda esteio da riqueza
Viva o Povo Brasileiro

Os demais povos do mundo
Que vieram aqui somar
Construir nos transformar
No sentido mais profundo
Irmanados indo a fundo
Nosso irmão por companheiro
Meu Brasil ver timoneiro
Navegando rumo à paz
Pois seu povo é tão capaz
Viva o Povo Brasileiro

Paulo Freire educador
Grande Josué de Castro
Niemeyer nosso lastro
Villa Lobos com valor
O pensar que tem Millor
Vou louvar Darcy Ribeiro
Seu pensar nosso luzeiro
Dando luz pra ver a meta
Do Brasil brotei poeta
Viva o Povo Brasileiro.”

O autor deste poema se chama Allan Sales. Ele é músico, compositor e poeta. Nasceu em Crato, no Ceará. Dedica-se à música popular brasileira e à literatura de cordel.

Foto: http://revistaescola.abril.com.br/

Muito obrigada pela visita. 🙂

Tamara Krzonkalla

 

Capoeira

A fundação da cidade do Rio de Janeiro

Olá!
Exposição em 3D mostra como era o Rio de Janeiro há 450 anos.
Como turistas do tempo, é possível saber como era a paisagem do Rio de Janeiro de quatro séculos e meio atrás.
http://rio450anosapp.net/
Muito interessante! 🙂

 

Cana-de-açúcar: a segunda riqueza do Brasil

                       Engenho de cana de açúcar

Quando Portugal decidiu iniciar a colonização do Brasil, o produto agrícola escolhido foi a cana-de-açúcar. Isto ocorreu por diversas razões:

1- O açúcar era um produto muito procurado na Europa e garantia ótimos lucros para os produtores e comerciantes;

2- Os portugueses já tinham experiência de como produzir e comercializar o açúcar, pois já o cultivavam na Ilha da Madeira e Arquipélago dos Açores;

3- O açúcar interessava aos que tinham dinheiro para financiar sua produção – como os holandeses;

4- A cana-de-açúcar se adaptava muito bem às condições de solo e clima das terras brasileiras.

A cana foi plantada, inicialmente, na região de São Vicente (SP) quando começou a colonização (1532). Aí surgiu o primeiro engenho, o Engenho Governador. Mas logo as plantações se espalharam  por todo o litoral. Foi no litoral do Nordeste, na área que hoje se chama Zona da Mata, que a cana se adaptou melhor. Os solos de massapê (de cor escura), o clima quente e úmido e as chuvas regulares ofereciam (e ainda oferecem) excelentes condições naturais para o cultivo da cana.

E assim o Nordeste se tornou a principal área açucareira da Colônia, sobretudo Pernambuco e Bahia.

A palavra “engenho” significava inicialmente apenas a moenda  que triturava ou moía a cana. Depois, passou a significar todo o conjunto de terras, máquinas, casa-grande dos senhores de engenho, senzala dos escravos, construções para os colonos livres, instalações para os animais, serraria, carpintaria, ferraria, capela… tudo.

A fabricação do açúcar seguia três etapas básicas. A primeira ocorria na casa da moenda, onde se espremia a cana para se retirar o caldo ou garapa. Daí o caldo seguia para a casa da fornalha, onde era “cozido” e transformado em melaço. A terceira etapa acontecia na casa de purgar ou casa das caixas; aí o melaço era colocado em caixas de madeira ou de barro e ficava secando ao sol. A partir daí, o açúcar era estocado e enviado à Europa.

 O trabalho no engenho

Engenho de cana

“Aqui nada de apatia; tudo é trabalho, atividade; nenhum movimento é inútil, não se perde uma só gota de suor.

Os edifícios ficam em um grande pátio: o engenho é uma extensa construção ao rés do chão, tendo em frente a senzala dos negros, deserta durante as horas de trabalho.

Vejo ao longe negros e negras curvados para a terra, e excitados a trabalhar por um feitor armado dum chicote que pune o menor repouso. Negros vigorosos cortam as canas que raparigas enfeixam. Os carros, atrelados de quatro bois, vão e vêm dos canaviais ao engenho; outros carros chegam da mata carregados de lenha para as fornalhas. Tudo é movimento.

O engenho está sobre um terraço; cavalos estimulados pelos gritos de moleque fazem-no girar. Raparigas negras empurram a cana para os cilindros da moenda. Alguns negros descarregam as canas e as colocam ao alcance das mulheres; outros as transportam em grandes cestos e espalham no terreiro o bagaço inútil da cana, que não é usado como combustível.

O edifício da moenda apresenta igualmente a importante dependência das caldeiras, onde é cozido o caldo de que se forma o açúcar. O mestre de açúcar é um homem livre que tem às suas ordens negros que agitam o mel com grandes colheres. O fogo das fornalhas é alimentado dia e noite e é mantido durante os cinco meses que dura a safra. Negros transportam as formas para a casa de purgar que é dirigida por um mulato livre. Este tem sob suas ordens homens para a refinação e para escorrer o mel que vai se ajuntar num reservatório. Esta dependência comunica-se com aquela onde se despejam as formas contendo o açúcar acabado. Ali os pães cristalizados e purgados são quebrados; separam-se as qualidades e espalha-se o açúcar para secar.” (L.F.Tollenare. Notas dominicais tomadasdurante uma viagem em Portugal e Bra-sil, 1816, 1817, 1818)

(Texto adaptado)